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| foto: rawpixel.com | pxhere.com | CC0 Public Domain |
Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido recorre à inteligência artificial para tratamento prévio de pacientes em risco de ataque cardíaco. CaRi-Heart pode ajudar a salvar «milhares de vidas».
Atualmente, as novas tecnologias têm vindo a permitir grandes avanços científicos, e prova disso, é a rapidez com que vão surgindo as primeiras vacinas contra o Sars-CoV-2. Nos últimos anos, fruto do envelhecimento da população e de mudanças drásticas no estilo de vida, observou-se um aumento significativo da incidência de doenças cardiovasculares, algumas das quais praticamente "invisíveis" na maior parte dos exames médicos convencionais.
«É melhor prevenir do que remediar»
De forma a responder a este novo paradigma, a medicina começou a recorrer à inteligência artificial para uma deteção precoce destas doenças. Em 2017, o Conselho de Pesquisa Médica do Reino Unido, através de um software, descobriu como as novas tecnologias podem ajudar a salvar vidas de pacientes que necessitem de um tratamento mais agressivo, sendo mesmo capazes de identificar os primeiros sinais de que o coração está prestes a falhar. Isto só foi possível porque o algoritmo aprendeu a analisar os batimentos cardíacos de 256 pacientes e a interpretar os resultados dos seus exames de sangue.
Em 2019, através da modelagem anatómica em 3D, uma clínica norte-americana também conjeturou a possibilidade de identificar sinais que indicassem problemas de fibrilhação auricular. Apesar de ser prematuro, os pesquisadores daquela clínica, criam que este sistema pudesse levar a uma deteção mais rápida e fácil deste tipo de problemas cardíacos, garantindo que os pacientes recebessem o tratamento mais adequado.
CaRi-Heart
Segundo os investigadores da Universidade de Oxford, o CaRi-Heart pode identificar pequenos problemas do foro cardíaco, não detetados nos exames de rotina, reconhecendo cicatrizes e possíveis inflamações no revestimento dos vasos sanguíneos que irrigam o coração. De acordo com os mesmos investigadores, o recurso ao CaRi-Heart possibilitou que um em cada três pacientes inicialmente tidos como "baixo risco" fosse reclassificado como paciente de "alto risco". Esta ferramenta já está sendo implementada em 15 hospitais britânicos, e pode complementar qualquer tomografia computadorizada do coração, "sem necessidade de os hospitais trocarem de equipamento, nem de os pacientes necessitarem de outro exame, encaixando-se perfeitamente com o fluxo de trabalho de um médico."
Machine Learning (ML)
Se leu a notícia até aqui, é normal que esteja a questionar-se acerca do modo como as novas tecnologias conseguem ser tão inteligentes ao ponto de servirem de complemento ao diagnóstico de patologias cardíacas. Tal só é possível devido à aprendizagem da máquina (Machine Learning), nada mais, nada menos, do que dotar os sistemas informáticos de funções cognitivas normalmente associadas às mentes humanas, que permitem a solução de problemas, pelo que a aprendizagem da máquina (Machine Learning) é uma componente fundamental da inteligência artificial (IA).


