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A desinformação é um dos principais perigos da internet, e tem vindo a ser potenciada pelas redes sociais. No Dia Mundial da Internet, conheça as principais consequências da desinformação, e saiba como pode identificar conteúdos falsos disponibilizados na Internet.
Se leu artigos anteriores, já é capaz de compreender que mais importante do que saber utilizar a Internet, é o domínio do saber-estar na Internet. Não seria possível o Infortiques acautelar a inclusão e literacia digitais, sem despertar a consciência dos seus leitores para as boas práticas online, e os efeitos negativos de determinados comportamentos na Internet.
Diariamente, enquanto navegamos na Internet, acedemos a uma grande quantidade de informação proveniente dos quatro cantos do mundo. Uma das principais vantagens desta «Era da Informação» é a democratização do conhecimento, sendo agora possível que estejamos informados "ao minuto" no conforto dos nossos lares.
No entanto, a globalização da Internet também trouxe o oposto - a desinformação, cujas consequências têm sido evidentes na crise humanitária que vivenciamos no combate à doença Covid-19.
«Infodemia»
A expressão «fake news» ("notícias falsas") diz respeito à disponibilização e manipulação de informações falsas na internet, com o propósito de obter visualizações, "likes" e partilhas. Na maior parte das vezes, estas publicações caracterizam-se pelo seu cariz meramente opinativo e polémico, alimentando teorias da conspiração e induzindo alguns leitores na adoção de determinados comportamentos levianos.
Desde que a Covid-19 se tornou num problema à escala global, a desinformação trouxe sérias ameaças à democracia, e por conseguinte, à saúde das pessoas e à própria segurança sanitária. Até hoje, é possível observar, à escala global, pessoas desinformadas que alimentam boatos, ignoram medidas sanitárias por questionarem a existência do vírus, insurgem-se contra os governantes e processo. No início da pandemia, até houve quem acreditasse em "curas milagrosas" e tomasse remédios sem qualquer evidência científica que comprovasse a sua eficácia.
Assim, perante a atual crise humanitária, as «fake news» popularizaram-se e tornaram-se num assunto tão delicado ao ponto de ameaçar a saúde pública, pelo que a própria Organização Mundial da Saúde (OMS) recorreu ao conceito «infodemia» para classificar toda a desinformação relacionada com a pandemia.
A reação dos media e redes sociais
O combate à divulgação de «fake news» tem sido feito em dois domínios: os meios de comunicação social e as redes sociais.
Primeiramente, o trabalho jornalístico, que se alicerça em princípios éticos e deontológicos e obedece a regras e técnicas específicas, procurando transmitir a realidade de forma objetiva, fidedigna e compreensível. Neste sentido, os meios de comunicação social uniram-se contra as «fake news» e criaram espaços nos próprios websites, designadamente "Fact-Checks", destinados a comprovar a veracidade das notícias que circulam na Internet, estejam elas relacionadas com a pandemia, ou não. Note-se que em 2018, já havia surgido o primeiro jornal online para detectar mentiras - o Polígrafo.
Em sentido inverso, as redes sociais revelam-se como o principal veículo de disseminação de desinformação. Algumas das redes sociais já reconheceram o impacto e o risco das «fake news» e reagiram através da imposição de regras de moderação de conteúdo mais restritas.
Protegendo-se de conteúdo falso
Perante conteúdo duvidoso, deve munir-se de sentido crítico, e questionar a informação apresentada em diferentes aspetos: consequências, fontes (é trabalho jornalístico ou um mero "post" na rede social?), garantias e ortografia. Não deve assumir que essa informação está certa apenas porque está de acordo com o que você pensa ou sente no momento em que a lê, uma vez que os disseminadores de «fake news» aproveitam o descontentamento das pessoas com determinadas situações, como é o caso das medidas de contenção do vírus SARS-CoV-2, para distorcer a realidade e mobilizarem pessoas.
Além do olhar crítico, não deve apoiar este tipo de conteúdos antes de ter a certeza sobre a sua veracidade. Jamais comente ou partilhe informação duvidosa, uma vez que esse é o principal "combustível" de uma notícia falsa, e nunca apoie ações ou causas antes de ter a certeza sobre a veracidade dos factos relatados e os seus objetivos finais.
Também é conveniente que efetue uma pesquisa na Internet para verificar a veracidade da informação. Pode procurar em qualquer meio de comunicação social ou outras fontes oficiais.
Não se esqueça que a Internet é de todos e para todos. A disseminação de notícias falsas é um método de engenharia social, e ao partilhá-las pode estar a colocar-se em perigo a si, e aos outros.

